quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Feira livre









As feiras livres representam marcos na vida das cidades. A origem delas remonta a Idade Média, dizem alguns estudiosos. Outros já se referem a elas a partir de textos bíblicos. A expulsão dos vendilhões do templo parece ser um indício. Nos tempos atuais, um passeio pelos locais em que as feiras ocorrem é um prazer. Algumas pessoas podem até achar isso hilário. Todavia há muito que apreciar: cores; sabores (sempre dá para degustar algum produto); aromas e, especialmente as pessoas que ali circulam e trabalham. Para aqueles que procuram as comidinhas há de tudo um pouco. Para os que buscam outros produtos, lá estão flores, mudas de plantas, melado, farinha, ... Para os que, curiosos com o movimento, possuem interesses outros, o lugar é bastante simpático. É possível conversar com feirantes , ver e saber como trabalham e vivem. É uma experiência urbana com pessoas que, na maioria dos casos, provém do campo. Este tipo de interação é gratificante pois, frequentemente, não nos damos conta do distanciamento nós e os Outros. Isso desqualifica nossa condição humana. Quando nos deparamos com uma barraca ricamente organizada, percebemos que há um trabalho bem-feito, elaborado e articulado com determinados fins. Além dos interesses comerciais, há aspectos estéticos para apreendermos. Dessas feiras ainda podemos depreender que houve um tempo em que as redes entre homens e mulheres (as comunidades) era uma disposição natural nos ambientes. O conceito que temos de rede atualmente em nada lembra aquela conotação. Nos dispomos isolados, ou em tribos, atrás de computadores e pensamos as interações possíveis. Este Blog pode servir de exemplo. Poderia estar conversando entre as barracas de uma feira livre e desfrutando, efetivamente, de uma trama – humana.

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