segunda-feira, 24 de março de 2008

Bergamo (1)


Não faz muito tempo tive o prazer de conhecer um pouquinho da Itália - a região Norte (Lombardia). Como estava participando de um workshop na Universidade de Bergamo, fiz da comuna minha base para conhecer os arrabaldes. Acima de tudo, como o tempo que dispunha não era grande, pude explorar com mais cuidado aquela cidade. Ela é dividida em Alta e Baixa. A parte Baixa possui todas as características das cidades desses tempos atuais. A Alta é algo marcante, dada a sua posição, características arquitetônicas e história . Naqueles dias de verão, com temperaturas na casa dos 30ºC, foi espetacular explorar as ruelas, parar nos Cafés para desfrutar das delícias e das sombras, fotografar e escrever um pouquinho.
A "Città Alta" proporcionou-me horas de caminhada, mas, sem dúvida, instalou um desejo de conhecer mais da Itália. Nas próximas postagens deixarei outras imagens e impressões.

domingo, 23 de março de 2008

Florianópolis, 282 anos - Persona

Uma singela homenagem àqueles que construíram uma Cidade ímpar e que, ao longo do tempo, passaram a simbolizá-la naquilo que, em essência, deveria ser: humana! Seu Arante do Pântano do Sul.

Bar do Arante

Por que será
que habito
semanalmente
tuas mesas?
E bebo aguardente
e como teus frutos

marinhos?
Sei que respiro
aliviado
essa atmosfera suave e
terrena
Sei também
exatamente
que minha solidão
navega
e chora esse mar
que generoso
por vezes
presenteia habitantes
e visitas.
Quando te conheci
não sabia
que eras tranqüilo
e vertiginoso
anfitrião
e hóspede
da fome
e do peso
dos homens ...


sábado, 22 de março de 2008

Zombaria...


Numa tarde, pondo em dia as leituras...

Pode parecer cansativo...

Pode parecer cansativo mas não encaro dessa forma. Voltar ao lugar em que identificamos algo de especial é sempre um prazer. Encontrar pessoas e rever outras, mais que caracterizar a socialidade dos nossos tempos, é poder sedimentar elos que aos poucos vão se formando. A identificação de uma pessoa com um lugar guarda uma série de elementos e fatores. Alguns são bastante vísiveis, outros são menos perceptíveis. Lembro que a primeira vez que fui para a cidade de Salvador (BA) levei comigo uma série de expectativas. Decepção pura. Enquanto não saí da cidade minha angústia só aumentou. Não "aproveitei" nadinha, pois não me senti à vontade. O mesmo não ocorreu com Recife. Todo ano me programo para uma "visita". Quando embarco fico vislumbrando os lugares que gosto de freqüentar ou outros que estão na minha lista de interesses. Até as pessoas que vou encontrar são especiais: na orla, numa barraca da feirinha de Boa Viagem, numa loja de artesanato na Casa da Cultura... Há algo de "familiar" naquele lugar.
Aqui na Ilha não é diferente: o meu cantinho é o Pântano do Sul. Já tentei me "instalar" e fotografar noutros lugares da Ilha. Nada se compara ao Pântano. Quando chegam as estações do Outono e Inverno a praia se transforma. As atividades dos pescadores ganham cores ímpares. Nesse momento em que a a cidade festeja 282 anos de emancipação política com uma série de "atrações" (algumas verdadeiras bobagens perpetradas pelo poder público) minha homenagem é para a praia do Pântano do Sul.


quinta-feira, 20 de março de 2008

Outono chegando

A estação está logo ali: as cores estão aparecendo, os aromas, a paisagem... Isso pode parecer estranho para outras pessoas, todavia para quem vive na Ilha esta é uma estação especialíssima. Quem gosta de fotografia, então... Os azuis são de arrasar, quando o cinza dá o ar da graça acompanhado de vento sul... nada se compara. Lembrando uma frase de Fernado Pessoa: "As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido". Assim encaro o Outono...

terça-feira, 18 de março de 2008

Pântano do Sul, enfim...


"Perdão se pelos meus olhos não chegou
mais claridade que a espuma marinha,
perdão porque meu espaço
se estende sem amparo
e não termina:
- monótono é meu canto"

(...)

(Perdão se pelos meus olhos, de Pablo Neruda - Últimos Poemas)

PS.: perdão pela heresia de publicar apenas uma parte do poema!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Para uma visita ...


O Pântano do Sul é insuperável... Estou "assanhado" com a proximidade do Outono e do Inverno. Nessas estações o lugar ganha ares especiais - não apenas com temperatura e o vento sul. Além de tudo, há, nos arrabaldes, um restaurante com petiscos e uma cachacinha para coroar cada visita.


quarta-feira, 12 de março de 2008

terça-feira, 11 de março de 2008

Outro sem nome...

Continuando com o tema da postagem anterior - os nomes das embarcações - eis que descubro nos arquivos outros barcos sem nome. Entretanto, coisas curiosas surgem dos nomes, quando os barcos são batizados.
Há aproximadamente dois anos fiz uma seqüência de fotos no Pântano dos Sul - um local inspirador na Ilha de Santa Catarina . Numa das fotos , próximo do barco estava um senhor ajudando a limpá-lo. Ao fundo um pescador buscando água do mar para a limpeza. A foto ficou interessante pela posição das pessoas. Eu estava usando a minha inseparável Nikon F3, com uma lente 24mm. Na posição em que estava, de joelhos, e com a proximidade da cena fotografada, a imagem ganhou a dramaticidade que esperava. Só pude ver o resultado alguns dias depois. A tecnologia digital não era uma preocupação.
Passado algum tempo descobri o dono do barco e levei de presente uma cópia da foto. A emoção do rapaz deixou-me impressionado. O senhor que aparecia no primeiro plano era seu pai e havia falecido recentemente. Ao fundo, na imagem, ele era a figura em destaque. O nome do barco - Rafael - uma homenagem ao filho. As três gerações de uma família estavam representadas. O barco, naquele momento era um elo.

sábado, 8 de março de 2008

quinta-feira, 6 de março de 2008

A origem dos nomes & coisas de marinheiro

Sempre fiquei um pouco intrigado com a origem dos nomes dos barcos. No Pântano do Sul (Ilha de Santa Catarina), pude perceber que há predomínio de nomes femininos. Tem suas explicações. Numa página que li na Web também constatei que em Portugal é comum o uso de nome de mulheres. As homenagens são diversas.
O curioso é que, dependendo do tipo de embarcação, os batismos são diferentes. Os grandes iates são mais pomposos - sobram seres mitológicos e astros da constelação. Os barcos de pesca, possuem a característica destacada na foto. Depois seguem os nomes bíblicos, pássaros, fenômenos meteorológicos, tipos de ventos, etc..
O que importa para mim é que, cada qual, com seu jeitinho, ancorado ou navegando, guarda um quê de poesia. O Isadóra (com acento e tudo) é simples em tudo - no design e nas cores - mas é bastante poético. Basta ler o nome e lembrar das "Isadóras"...