domingo, 30 de dezembro de 2007

Dias de cão na Ilha

A Ilha de Santa Catarina tem se notabilizado no país por seus atrativos. Em função disso tem recebido anualmente mais e mais turistas e moradores. Vendeu-se (ainda é possível ouvir lorotas do genêro) de Florianópolis ser uma maravilha e possuidora de elevado grau de Qualidade de Vida. Até hoje esse conceito de QVT é mal-explicado. Mas seja lá o que isso quer que signifique, a verdade é que a situação observada no trânsito nesse final de 2007, aponta para outra condição. Sem falar, é obvio, da precariedade dos serviços ofertados tanto na esfere pública quanto na privada (sem ofensas!).
Nesse domingo, 30 de dezembro, o caos foi total. Engarrafamentos monstros em todas as direções que levam às praias. Até para realizar atividades cotidianas foi um martírio. Fazer o que? O significado de tudo isso é um só: incompetência de uns e sandice de outros. Soma-se a tudo um fator letal: ganância! Hoteleiros e outros agentes estão com a boca nas orelhas. É muito dinheiro chegando com os otários, digo, turistas.
Para os moradores só há um caminho: ficar em casa e torcer para que o Janeiro chegue com o pé no acelerador. Rezem, os crentes!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Temperatura boa para...


A foto que ilustra a postagem foi obtida na Praia do Francês (Marechal Deodoro - AL), mas poderia ser aqui na Ilha... Poderia, pois condiciono a relização da experiência de praia sossegada somente depois do Carnaval. Nesse final de ano e para o mês de Janeiro, o negócio é deixar que outros façam uso de tudo.

Quando me refiro aos "outros" é claro que estou tratando de "turistas" e de saqueadores de plantão. Não vejo problema algum com o turismo, é claro. As atividades econômicas associadas "livra a cara" de um montão de pessoas. Quanto aos saqueadores, tenho preocupações. Alguns saqueadores, inclusive, aproveitam a ocasião para dar uma bela "beliscada" nos turistas. Uns estão radicados aqui mesmo. Outros para cá se encaminham e aproveitam a ocasião para seus ataques. Aliás, vida de turista em determinados locais não é nada fácil.

Aqui na Ilha, vejo como algo positivo, os turistas andando pelas ruas sem receber determinado tipo de "atenção". As vezes é desatenção pura - bem ruim. Caminham e não correm riscos de surpresas diferentes daquelas que os moradores estão sujeitos. Noutros lugares que conheço, aqui no Brasil, a identificação do "turista" é bem mais fácil. Nem precisa "vestir-se" como tal. O tipo físico já proporciona indicativos. As vezes isso é um complicador, noutras situações, uma peculiaridade que abre portas.

Para quem reside na Ilha, bom mesmo é preparar o folego para a temporada de verdade, pós- carnaval. A paz voltará (!) devagarinho... Será possível retornar ao restaurante predileto sem o suplício de filas, tomar aquele café sem atropelos. Enfim...

Cá entre nós: como será a vida numa cidade que recebe turistas o ano inteiro. Lembro que Veneza fez campanha publicitária pedindo para não ser visitada. A idéia era receber menos visitantes pois a estrutura não comporta multidões. As fotos da campanha eram assinadas pelo fotógrafo Oliviero Toscani.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Para dar um "stop"

Sade absolutamente ...http://www.youtube.com/watch?v=9aBAMnIUi8Y

Essa rotina me deixa cansado...


É isso mesmo: "todo ano ela faz tudo sempre igual"... Parece aquela música deliciosa do Chico. Todavia, a rotina de final de ano é insuportável. Aqui na Ilha as coisas tendem ao absurdo. O estresse das ruas se mistura com outras inconveniências. A invasão de turistas gera apreensão pelas consequências que a Cidade já experimentou. Casos de violência, acidentes, espertezas de nativos e outros estabelecidos... parece que não existe um final feliz.

O que fazer? Não vejo solução alguma. Já ouvi a famosa: os incomodados que se retirem. Lei da Selva!!!

Procuro tomar o caminho inverso, quando possível, das hordas e da confusão que geram. O centro, tivesse a Cidade uma administração decente, poderia ser um bom refúgio, especialmente durante o dia. A mentalidade de "olhar" somente para as praias - bastante saqueadas - inviabiliza a "exploração" de outros deleites. Ontem, por exemplo, procurei um lugar para tomar um café na região central. Nem sinal de vida. Quem não se enquadra nesse esquema comercial da época, está literalmente excluído de tudo. Inclusive de alguns serviços elementares.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Jazz na Ilha


Para deleite de quem aprecia música "de primeira" (o sentido pode ser tomado como provocador e preconceituoso - tudo bem!) é bom lembrar que em Florianópolis há o que ouvir. Não se trata de buscar coisas nos parcos acervos das lojas de disco. Mesmo porque, tirando a Hot do BeiraMar e a Sintonia da Lagoa, onde pode-se trocar idéias sobre Jazz e outros genêros, só mesmo bancando o Sherlock.

No último dia 15, entretanto, uma apresentação do Quarteto Nota Jazz, mostrou que a Ilha pode oferecer boas surpresas nesses tempos estranhos. Manhã de sábado, sol de levar todos para uma farofa nas praias, eis que, nós mortais que sentamos religiosamente para aquele café no Bob´s da Trajano, ganhamos um presente antecipado. Eu pensei: ué, faltam 10 dias para o 25!!!

Quatro caras corajosos, com aquela temperatura beirando os 30 Celsius, 11 horas da manhã, despacharam lá de cima do Cruz e Sousa, um repertório supimpa. Tocaram coisas absolutamente deliciosas e com esmero durante uns 40 minutos para ouvidos poucos (uma lástima). Alguns que passavam na região, surpresos, procuraram a melhor sombra e ... ficaram com aquela cara de...satisfação pura.

O show não foi aquela maravilha para os presentes por alguns motivos - nada em relação a performance da rapaziada. Há naquela área umas Lojas, especialmente Ponto Frio, Casas Bahia e Magazine Luiza, que teimam em sabotar o prazer dos ouvintes dos espetáculos no Palácio, além do trabalho dos músicos. Aliás, infernizam diariamente a vida de todos que sentam para conversar nas mesas da do Bob´s . Com o volume elevado de aparelhos de som é Ivete, Chiclete, Asa sei lá do quê, Armandinho, Zeca Pagodinho e por aí segue... Não existe compaixão; tortura é a especialidade!
Não adianta solicitar, espernear, reclamar, clamar por compreensão. Nada funciona. A reação dos caras é puro deboche. Alguns ainda usam os microfones para anúncios dos produtos existentes. Como a concorrência entre as Lojas é acirrada, quem berrar mais alto... Fiscalização da prefeitura? Sábado? Durante a semana não aparece ninguém, logo... Caso para o Ministério Público. Caso de polícia!!!
Quanto ao Quarteto, que é o que interessa, fico imaginado aquele repertório, naquele mesmo local, finalzinho de tarde... Vai parar o trânsito dos apressadinhos e a fábrica de desculpas para chegar tarde em casa ganhará um aditivo: "Nem te conto, perdi o bonde porque parei para escutar Jazz na rua. Uns caras excelentes. Tocam de tudo. Até música de Hermeto. Ouvi comentários que esse é bruxo. As músicas que eles tocam possui alguma magia. Talvez combine com a Ilha. Talvez eu chegue tarde outro dia!!!".

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

domingo, 16 de dezembro de 2007

Before It Disappears ...

O título da postagem refere-se a uma matéria no The New York Times, na edição deste domingo. Pode ser lida em http://www.nytimes.com/2007/12/16/fashion/16disappear.html?ref=fashion. O tema da matéria é que os viajantes (ou serão os turistas?) estão se dirigindo para lugares que correm o risco de desaparecer ou já deram sinais de esgotamento, como é o caso do Kilimanjaro. Os destinos são os mais diversos: África, Amazônia, o Ártico, enfim ... lugares antes considerados apenas como destinos exóticos ou "românticos".
No meu entendimento o globo terrestre está sendo inserido no conceito de "liquidez" proposto por Zygmunt Bauman. A fluidez que marca as relações entre pessoas também alcança o processo de interação das pessoas com o ambiente físico. Nada é tão firme ou definitivo. Ao mesmo tempo em que vive-se da destruição dos recursos naturais, outros insistem em tornar lugares distantes em atração ou sei lá o quê. Não são situações vivenciadas por grupos ambientalistas, mas por pessoas que estão sendo tomadas por outros sentimentos.
Obviamente que a matéria do NYTimes não traz uma abordagem "sociólogica" das questões subjacentes às "aventuras". Pelo contrário, há, de certa forma, um toque de ironia. Cita como exemplo o caso Goa ter hotel 5 estrelas para receber os viajantes "preocupados" com o planeta. Não deixa de ser curioso o "pano de fundo": "aventurar-se" pelo mundo começa a ter conotações outras e o conforto está na "rota" dos viajantes. Nada comparado as experiência de Ernest Shackelton, Roald Amundsen, Robert Scott e outros exploradores de verdade.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Sexta 14, véspera de 100!

Está chegando o dia do país comemorar os 100 anos de Oscar Niemeyer. Falo em país, mas poderia ir além. Entretanto não combinaria com a modéstia do Arquiteto e, tampouco, com suas idéias. Raras são as pessoas que conseguem viver tanto, manter-se fiel a si e a condição humana. No site http://www.niemeyer.org.br/0scarNiemeyer/home.html além de outras coisas interessantes relativas a vida dele, estão expressas idéias. Tomei emprestado de lá o seguinte:

"Sempre acrescentei nas minhas palestras que não dava à arquitetura maior importância e não havia nada de desprezível nessas palavras. Comparava-a a outras coisas ligadas à vida e ao homem, referia-me à luta política, à colaboração que todos nós devemos à sociedade, aos nossos irmãos mais desfavoráveis. O que se compara à luta por um mundo melhor, sem classes, todos iguais ?

Espero que nesse momento sejam feitas homenagens a altura do que ele representa - contrariando um pouco o caráter do "artista". Aqui, apenas um registro singelo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Correndo contra o tempo...


Uma correria para dar contas de prazos diversos e mais uma indisposição para postar: o resultado é nada escrever neste espaço. Entretanto... deixo em destaque a imagem de uma esquina de Amsterdam (Herengrath). Serve para observar e "meditar" quando for possível.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Gracia Marquez, para pensar...

A frase do dia, obtida numa matéria sobre o grande escritor colombiano, colhida no site da BBC (http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7024384.stm), dá o que pensar:
- "Macondo is not a place but a state of mind "(Gabriel Garcia Marquez).

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Casa nova (Casanova, não...)

Depois que mudei de endereço e passei a morar num lugar bem mais tranquilo, distante dos ruídos de automóveis especialmente, algumas coisas curiosas estão acontecendo. E eu estou desfrutando de sensações "novas". Uma delas é que posso escutar música com volume menor e, ainda assim, perceber nunces que nunca senti. Voltei a escutar mais Jazz e os instrumentos "saltaram" para a minha sala. Antes estavam aprisionados no aparelho, penso. Não iam além das caixas de som. Outros sons vindos da rua me incomodavam e eu ficava privado das delícias de um Chet Baker ou da voz inconfundível de Billie Holiday. Hoje a tardinha, porém, interrompi a audição e os trabalhos que fazia no computador para apreciar outro tipo de música. Sentei na minha sacada e ouvi uma sinfonia de cigarras e pássaros que resolveram estacionar nas árvores vizinhas. Fazia tempo que eu não "tinha" uma cigarra "berrando" tão pertinho. Pensei: tomara que as árvores permaneçam de pé. Nada garante que uma dessas construtoras existentes na região não possua um "projeto" ecológico para a área.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Domingo é bom para...


Domingo de primavera é bom para tantas coisas. Aqui na Ilha, dá para acordar bem cedinho e escapar das consequências do trânsito para as praias naqueles horários tradicionais. Aliás há confusão em todas as direções da "Capital com Melhor Qualidade de Vida do Brasil" (CMQVB). Peça de publicidade mais que enganosa, convenhamos.


Uma bela caminhada a beira mar, um mergulho nas águas ainda frias (coisa boa para afastar ressaca!). Depois, apontar a proa para um restaurante para degustar um peixinho com uma cerveja... e voltar para casa observando as filas se formando na direção contrária. Show!!!!


Tarde de domingo na sacadinha, curtindo uns jornais, revistas ou um bom livro, é de arrasar. Ficar jogando conversa fora e esperar para ver o sol se por... é covardia. Lembrar que Segunda-Feira não preciso acordar cedo para ir trabalhar: privilégio daqueles!!!
Detalhe: a foto do amanhecer destaca a igreja São João Batista, bairro Agronômica (Florianópolis).

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Algumas coisas que marcam

Quando saímos do "conforto" das nossas cavernas, e botamos os pés nas ruas de outros lugares, sempre fica aquela expectativa: o que nos aguarda? Horas e horas a bordo de um "confortável" Boeing 777 só ajudam a pensar nas situações que se avizinham. Especialmente quando nosso destino só nos é familiar pelas fotos, a situação é mais que desafiadora: língua, costumes e todas as referências que dispomos no nosso GPS não serve muito. As coordenadas do nosso lugar sabemos de olhos fechados quando nele estamos.
Em todas as ocasiões em que estive longe da Ilha, a apreensão inicial - que começou ali no Hercílio Luz - foi dissipada quase que de imediato quando cheguei naqueles lugares. Cada um deles deixou marcas que, de certo modo, me trazem boas lembranças e vontade imensa de retornar. Algumas cidades, de tanto "explorar", ficaram familiares. Lembro com especial carinho de Ljubljana e Piran, na Eslovênia. Tenho que retornar e desfrutar novamente daqueles cafés próximos ao Rio Ljubljanica, a tardinha...ou caminhar a qualquer hora pelas ruelas da doce Piran, tendo o Adriático ao largo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Arte nas ruas?


Apenas para contemplar...

Ainda os tempos novos...

Tratei anteriormente de uma das "paixões" (a fotografia), especialmente das experiências recentes. O mesmo vem ocorrendo com a música. Também guardo umas relíquias: aqueles discões de vinil. Uma coleção razoável de Jazz - Duke Ellington, Chet Baker, Baden Powel, Egberto Gismonti, e outras coisas com selos da ECM, Blue Note, Verve, ... Já tive mais apetite com os CD e, confesso, acumulei mais um tanto de coisas que aprecio. Jazz e músicas de outros cantos do mundo. Minha predileção pela música Africana é flagrante. Tem gente boa de montão no centro e no norte. Vozes belíssimas e instrumentistas de primeira linha. Os percussionistas, insuperáveis. O próprio Bono Vox (U2) assinala que, na música, todo mundo deve aos músicos africanos pelas batidas.
Ocorre que as novas mídias estão se encarregando de sepultar os simpáticos disquinhos. Também aderi ao MP3, mas por uma simples razão: a facilidade de organizar uma boa seleção (com os meus critérios e para meu deleite, obviamente) e transportar para qualquer lugar. Um aparelhinho de 2Giga de memória permite horas e horas de audição. Supimpa! Fora desse campo, nada como espalhar parte da coleção na mesa e deixar rolar um por um, usando um equipamento que permita tomar conta do espaço, em amplo sentido: chão, paredes, corpo, copo, etc..
Na minha família a música sempre esteve presente. Quem não cantou em Coral de Igreja, aprendeu a brincar com algum instrumento ou teve que "afinar" os ouvidos. Meu pai as vezes nos brindava com tentativas de tocar um Bandolim. Noutras ocasiões, sempre aos domingos pela manhã (naquela hora boa do sono), cantava o Va pensiero, da ópera Nabuco (G. Verdi). Ainda hoje sinto enorme prazer e me emociono quando escuto o Coro dos Hebreus:
"Va', pensiero, sull'ale dorate;va',/ti posa sui clivi, sui colli,/ove olezzano tepide e molli/l'aure dolci del suolo natal!
Lembro, ainda, da existência de um diapasão numa gavetinha de uma cômoda em nossa casa. Ficava numa caixinha vermelha, junto das fotografias em P&B. Lembro até do cheirinho que exalava do móvel onde estava abrigado o instrumento.
Uma peça essencial da casa era um bom rádio: enorme, sei lá de quantas faixas, com aquele monte de válvulas. Até sair algum som (de excelente qualidade) demorava um pouquinho. Hoje, a experiência de buscar músicas se transformou por completo. As emissoras existentes nas nossas cidades parecem todas iguais: as vozes dos locutores, a programação meia-boca, e por aí vai. Há pouquissimas emissoras se diferenciando da imensa maioria. A emissora da Universidade Estadual, quem sabe. Elas não mais me atraem como outrora. O "exercício" de ligar e escutar rádio era um prazer. Encontrar coisas por acidente, fazer descobertas, perder a sintonia; não consigo mais imaginar isso nos dias atuais - ao menos na forma de vida atual: urbana, corrida, apressada. Ficar procurando algo no dial era uma situação fantástica. De vez em quando topava com algo que arrebatava e prendia a atenção. Ali ficava duante horas.
Hoje ficou mais fácil buscar as "coisas" do mundo. Eu não dependo mais daquela antena enorme, esticada ao lado da casa, tampouco preciso esperar pelas noites para receber melhor os efeitos das ondas sonoras. Dispondo de um computador e acesso a Web em banda larga, há centenas de emissoras ao alcance dos "dedos". Tenho uma relação de emissoras nos "favoritos" e já elegi minha predileta: http://www.jazzradio.net./ . Diretamente da bela Berlin. Pouco ou nada entendo da língua alemã, além dos cumprimentos formais, algumas expressões e números, mas a programação musical da minha emissora é "porreta". Fica como sugestão.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Novos tempos, novas tecnologias. Novos hábitos?


O título do post de hoje diz respeito as experiências recentes (algumas nem tanto) que transformaram práticas "antigas" em situações novas. Uma delas refere-se a fotografia. Fotografo faz quase trinta anos. Minha primeira câmera, presente de meus pais, foi uma Tuka. Ainda possuo algumas coisas registradas com aquele aparato. Depois de um bom tempo, passando por outras mais sofisticadas, pude adquirir equipamentos mais "profissionais", digamos. Entrei no mundo das SLR, Nikkormat e Nikon F3. Ainda disponho dos "tanques". Já fotografei um bocado com as peças. Por comodidade e curiosidade investi em equipamento de captura digital, faz dois anos ou um pouco mais. Maravilha! Tudo muito prático, depois de algum aprendizado rasteiro. Equipamentos mais leves, mais fáceis de transporte, sem a necessidade de carregar aquela montanha de filmes de características diferentes. Cheguei a me aventurar, numa viagem a Europa, em levar apenas uma câmera e alguns cartões de memória. Nada de peso, pensei e argumentei com meus camaradas fotógrafos. Quando cheguei ao Schiphol (Amsterdam), com tempo folgado para o outro vôo, dei de cara no See Buy Fly com algo que, naquele momento era um "sonho de consumo" particular. Modelito novo, corpinho black, bem desenhado... e capacitada para imagens de resolução apropriada para ampliações maiores. Ops!!!! I´ll take it. Could you gift-wrap it for me??? Sentei prazeirosamente na sala de espera, abri o pacote, baterias no lugar adequado, cartão zerinho e... lá fui testando a belezoca rumo à Noruega (a foto em destaque foi obtida num dos fiordes na região de Bergen). Na volta, outro stop em Amsterdam. Agora para uma semana espetacular de sol. Resultado: cerca de 2000 fotos na viagem. Quanto as minhas outras estimadas câmeras, desde então, estão escondidas. Sei que merecem atenção. Talvez nessas épocas Natalinas eu me apiede e as leve para um "spa" - lugar em que receberão alguns carinhos especializados. Talvez nem precisem de muitos esforços para recuperarem a velha forma: uma limpezinha aqui, um ajuste acolá, um bom banho de sol. Sinceramente, eu é que preciso de atenção, caso contrário, quando quiser usá-las, passarei por constrangimentos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Caindo fora... ou bye, bye USA

Leio na FSP (http://www.uol.com.br/) e no The New York Times (http://www.nytimes.com/2007/12/04/nyregion/04brazilians.html?_r=1&oref=slogin), em suas edições eletrônicas (04/12/2007) que milhares de brasileiros estão abandonando o "American Dream". Uma das razões apontadas é a incerteza com os rumos da economia americana. Os problemas recentes com o setor imobiliário pôs sob KO toda a sorte de investidores, nativos ou estrangeiros.

Talvez a mais curiosa situação apontada pelos brasileiros ilegais se refere a expiração da validade das carteiras de motorista. As regras mais complicadas impostas para os estrangeiros para a revalidação transformou-se num motivo para sair do país. Ser parado numa barreira policial e ter constatada a ilegalidade da presença naquelas terras pode significar uma tragédia. Especialmente na região de Miami a situação torna-se mais complicada, conforme testemunhos: não existe transporte público. A outra região predileta dos brazucas é Boston. Lá a coisa é um pouquinho diferente, todavia não menos problemática.

É claro que nisso tudo há uma simplificação dos problemas com os "estrangeiros". Um livro de Zygmunt Bauman, intitulado "Identidade", traz insights para pensarmos sobre a situação daqueles que vivem noutras terras. Ele aponta que as comunidades são promotoras de identidades. Dessa forma viver noutros lugares pode tornar-se uma situação conflituosa, quer estejamos em situação legal ou não. O sonho americano pode ser pensado, portanto, em sonho de pertencer a comunidade americana . Assim quando não nos sentimos pertencentes a comunidade, os laços tornam-se frouxos. Como explica Bauman, "tornamo-nos conscientes de que o `pertencimento´ e a `identidade´ não têm a solidez de uma rocha, não são garantidos para toda a vida, são bastante negociáveis e revogáveis, e de que as decisões que o próprio indivíduo toma, os caminhos que percorre, a maneira como age - e a determinação de se manter firme a tudo isso - são fatores cruciais tanto para o `pertencimento´quanto para a `identidade´. Voltar para a casa, mesmo em condições materialmente desvantajosas pode signicar bem mais: significa abandonar uma condição de "fragilidade" e permanente estado de provisoriedade.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Imagem do Dia




Uma imagem vale mais que mil palavras, é uma máxima utilizada com frequência. Especialmente quando a imagem possibilita leituras diversas - algumas causam impacto sem maiores esforços - ela pode servir de "pano de fundo" para pensar o ambiente em que foi originada. A foto que ilustra o post, de autoria de Sergio Vignes, foi captada num "mostrengo" que estava plantado próximo ao prédio da antiga Alfândega. A intenção da interferência na imagem original e a "legenda" criada nos dão conta de uma relação com a Cidade - não parece ser a mais feliz. As cidades são invenções humanas, portanto, espaços necessariamente conflituosos. A "Florianóia" é manifestação interessante em razão da composição oportuna: texto escrito mais imagem. Vale lembrar que "nóia" é uma forma simplificada de paranóia. Trata-se de um diagnóstico? Quais serão as evidências ou sintomas que permitiram chegar àquela constatação?

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Inusitato ma non insolito

Buscando algumas coisas no YOUTUBE dei de cara com um vídeo precioso. James Brown e Luciano Pavarotti juntos. Sabia que "il maestro" tinha realizado parcerias inusitadas, todavia essa se mostrou especial para meus olhos e ouvidos. O link para o referido:http://br.youtube.com/watch?v=VCIyzNISw1Q

A Antiga Florianópolis (2)


Os títulos dos posts desta data não representam qualquer arroubo saudosista. Considero minha história na Ilha infinitamente pequena em relação a história da Cidade. Entretanto, como admirador e crítico de determminadas situações, não posso deixar de comentar "causos". Como venho estudando algumas situações experimentadas em Florianópolis, e para quem se interesse pelas coisas do lugar, recomendo uma leitura da obra "Florianópolis do outro lado do espelho", publicado pela Editora da UFSC. Alguns artigos/ensaios discutem a dinâmica das transformações das porções continental e insular. O preço é módico e é facilmente encontrado. Pode-se concordar ou discordar das discussões empreendidas pelos diversos autores. Considero os textos interessantes pois proporcionam leituras sobre a Cidade. A Cidade merece ser discutida com embasamentos, caso contrário, continuará sendo palco de espertos e seus representantes.

A Antiga Florianópolis (1)

No Blog do Carlos Damião (http://carlosdamiao.zip.net/) além dos posts afiados e afinados com o dia a dia, há, ocasionalmente, uns testes de memória para os leitores. Especialmente identificados com a Cidade, surgem fotos de tempos passados e lembrados com carinho. Dou meus "chutes" quando desafiado. Embora não seja um "nativo", minha identidade com a Ilha nasceu em 1975 quando vim estudar na Escola Técnica Federal. Aos poucos passei a gostar dessas paragens. Sempre fui fascinado pelo mar e tê-lo em volta era um privilégio (considero ainda!!!). Nos anos 80 do século passado, quando estava por finalizar o curso de Economia, pude me "debruçar" sobre a Cidade e sua história. Revirei arquivos na Biblioteca Pública, IPUF e outros locais, buscando tudo a respeito do processo de urbanização da região. Estudava o sistema de transportes urbanos. Imaginei que não podia entender o estágio em que se encontrava sem conhecer a forma como havia se dado o povoamento. Nesse estágio pude me identificar mais e mais com a Ilha. No Blog do Damião, hoje, há uma fotografia maravilhosa de um prédio que existiu no Centro da Cidade. No lugar do referido hoje existe algo monstruoso. A região, no entanto, guarda uma preciosidades...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Largo da Alfândega


Apenas uma imagem para não ficar sem postar alguma coisa. A Ilha ainda guarda alguns vestígios da arquitetura açoriana em bonitas cores. O contraste obtido resulta de uma barraca da feira livre instalada ao lado do prédio da Alfândega. O céu, assim, numa tarde de Primavera, faz a alegria de fotógrafos (melhor ainda é desfrutá-lo no Outono).

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Morte de Fernando Fernán-Gómez


Leio na edição eletrônica do Jornal El País (http://www.elpais.com) que faleceu ontem o dramaturgo, novelista e ator Fernando Fernán-Gómez. Nascido em Lima (Perú), em 1921, era filho de uma atriz. Chegou a Espanha com três anos, onde passou a ser respeitado. Ficou conhecido no Brasil por sua atuação no filme Sedução (Belle Epoque), ganhador do Oscar de filme estrangeiro no ano de 1994. Anarquista em vida e naquele delicioso filme, Fernán-Gomez é qualificado com um dos maiores atores da Espanha do século XX. A atuação no filme em destaque possui algumas características das suas convicções políticas. Quem não assistiu o filme, fica a sugestão de uma olhada.

Quarta-feira (2)

Assiti ao jogo da "selecinha" brasileira. Um livro na mão e a TV no "mute". As vezes teimo em assistir jogos de futebol, mas minha teimosia está sendo minada pelas transmissões globais. É necessário estomâgo!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Quarta-feira (1)

O dia começou com a promessa de ser especial: céu azul, sol e temperatura de fazer inveja. Perfeito para sair pelas ruas da cidade e flanar. Bastou chegar ao centro para perceber que as intenções não seriam satisfeitas. Carros e mais carros circulando ou promovendo filas; estacionados sobre faixas de segurança ou tentando atropelar pedestres; estabelecimentos com caixas de som anunciando suas promoções e oferta de dinheiro (crédito) com juros miraculosos; lojas expondo produtos nas áreas de circulação de pessoas, e segue... Procurando bem, ainda restam alguns locais que servem de abrigo, mas penso que não terão vida longa. O pior de tudo: parece que estou repetindo o post pois nada muda com o passar do tempo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Andanças Nordestinas

Tenho uma paixão especial pela cidade do Recife. Nesses últimos anos pude visitá-la com certa frequência. Aos poucos passei a admirar as pessoas e as culturas que se misturam nessa cidade admirável. Em determinados aspectos ela não foge dos padrões brasileiros das cidades: riqueza e pobreza, trânsito caótico em determinados horários e dias, além de outros contrastes, violência. Todavia, como "visitador" cordial que sou, vou para apreciá-la com todas as suas imperfeições e qualidades. As cidades , afinal, são construções humanas. Nessa jornada recente fui até a cidade de Bezerros, próxima de Caruaru, para conhecer o trabalho in loco de J. Borges. Admirador de suas gravuras (algumas delas estão numa parede da minha residência), também pude apreciar a sua conversa alegre e a sua poesia. Ele é um daqueles baluartes da Literatura de Cordel. Este post apresenta um retrato do artista e é uma pequena homenagem ao seu talento, simplicidade e hospitalidade.

sábado, 17 de novembro de 2007

Que semana...


Durante 9 dias tive que passar por sofrimentos como demonstrados na foto ao lado ... Agora estou em processo de recuperação. Voltarei a escrever num dia normal - segunda-feira!!!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Quem sabe um dia...


Uma demonstração de que a vida nas cidades pode ser simples e descomplicada (Ver foto). Caso ainda queiram aperfeiçoar os serviços, penso, os Holandeses deveriam conhecer o sistema de transporte público de Florianópolis.
Os nossos serviços são rigorosamente um primor: os pontos de ônibus ao invés de apresentarem itinerários e horários possuem espaços ociosos esperando por publicidade; os passageiros sinalizam para que os veículos parem e ... ao contrário, passam feito bólidos (algumas linhas possuem pontos específicos numa mesma via. Isto é, o passageiro corre o risco de "ficar na mão" enquanto o "bonde" faz um "bypass" e pára logo adiante). Informações essenciais são sonegadas tanto para o morador quanto para o turista. A tarifa é denominada única, mas somente se pagar adiantado! Caso pague diretamente na catraca, o usuário é penalizado com uma "multa" de 26%. O preço do diesel, na bomba, está próximo de R$2,00. Se o usuário fizer quatro viagens por dia, então ... Tem mais: nos dias tórridos de verão, temperatura acima dos 30º Celsius, os veículos circulam com os sistemas de refrigeração desativados. Economia de combustível e, consequente, reflexos no Caixa das Empresas. A Prefeitura da Capital de Melhor Qualidade de Vida e da Excelência no Turismo faz o que? Ignora. A iniciativa privada faz o que quer com os serviços públicos e os usuários podem ser chamados de reféns. A idéia inteligente dos serviços com os "amarelinhos" já foi bastante reduzida e fico imaginando quanto tempo mais sobreviverá.

Fala sério!!!


A propósito daquela fiscalização nos estacionamentos irregulares (prometida pela Prefeitura), fica aqui uma contribuição para as "otoridades". O lugar destacado na fotografia é frequentado por Vips e outros mais. A prática é comum. O curioso, conforme a foto que ilustra o post, é que o Fiscal da Zona Azul nada pode fazer. Os espertos estacionam sobre a calçada e não precisam gastar com o estacionamento. Os que procedem de forma correta parecem "otários".

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Blogs

Um Blog que merece ser visitado: http://apocalipsemotorizado.net/.

Outro Blog especial:http://carlosdamiao.zip.net/

Boas leituras!

MP e prefeitura de Florianópolis irão fiscalizar estacionamentos ilegais
















Pérola colhida no "clicrbs" – dia 01/11/2007. O início da matéria (link: http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=2&contentID=4676&channel=41) nos dá conta de que as irregularidades em estacionamentos ilegais podem estar chegando ao fim. Será mesmo? As declarações do secretário são pouco estimulantes. A “operação” começará na Lagoa, depois seguirá para a Barra da Lagoa, depois....Norte da Ilha. O Centro? No final, sem qualquer previsão... A grande questão? Em que área da Ilha a situação é mais crítica? A região Central! Atitude louvável e exemplar seria atacar o problema de frente, sem rodeios. Por que a ênfase dada aos arrabaldes? Em alguns posts já foram tratados os percalços a que estão sujeitos os pedestres na Centro de Florianópolis. A situação é grave! O fio de esperança é a participação do Ministério Público. Entretanto, outras irregularidades são peculiares no que diz respeito aos usuários de veículos e os perigos para os pedestres. Estacionamento sobre faixas de segurança parece ser outra prática comum. Qual o efetivo papel da Guarda Municipal? Já testemunhei diversas situações passíveis de sanções e a presença dos homens de azul nas proximidades. Qual foi a ação? Passar e seguir adiante! Uma das fotos que que ilustra este post é um exemplo e foi observada mais de uma vez, com o mesmo veículo, em horários idênticos (hora do almoço, na Rua Altamiro Guimarães). Curiosamente o “carrão” possui um adesivo do Corpo Consular. Será que o mesmo possui prerrogativas que desconheço?

sábado, 27 de outubro de 2007

Infeliz(Cidade)

Volto a tratar de algumas coisas sobre a Cidade. Aliás, no velho e bom Aurélio, o termo "cidade" é referido como “a parte mais antiga ou mais central de uma cidade”. Nesta acepção faço esta postagem.. Um monumento no centro possui caráter emblemático: o Palácio Cruz de Souza (Museu Histórico de Santa Catarina). Gosto tanto do lugar que uso uma imagem dele para ilustrar este Blog. Sem me deter na importância histórica do prédio, desde que seus jardins foram restaurados e com a nova concepção de trazer o público para o seu interior, desfrutando de um espaço generoso e agradável, uma série de eventos ocorrem. Ultimamente, aquela parte voltada para a Rua Trajano é, sem dúvida, na região central um espaço precioso para as manifestações culturais de uma cidade que pouco utiliza “espaços públicos” para finalidades públicas. A música tem sido a manifestação artística com mais destaque. Entretanto, estabelecimentos comercias vizinhos, em absoluto desrespeito com o interesse público, vêm minando as várias manifestações. Com razoável eficiência, com suas caixas de som colocadas nas portas, com volume apropriado para as “raves”, arruínam as tentativas de músicos e ouvintes de interagirem. Hoje, dia 27/10/2007, me dirigi até um desses estabelecimentos e solicitei que o som fosse reduzido pois estava atrapalhando a audição de uma apresentação de jazz. A resposta da atendente foi lacônica: "a outra loja também está com o som alto". Maravilha de “raciocínio cidadão”: porque vou mudar minhas atitudes se o outro também está procedendo de forma equivocada! Sinceramente, fiquei sem argumentos, pois já havia recebido tratamento desdenhoso na outra Loja. Aliás, a loja a que se referia, também apresentava para a potencial clientela uma cama Box, metade dela na Loja, metade na área para circulação pública. Outro tipo de afronta que se repete. Fiscalização da Prefeitura? Nem pensar. A música, os músicos e quem os patrocinou? Ora, vão tocar noutro lugar!!! Na cidade quem manda é ... . A solução, talvez, seja a criação de um Selo de "elogio" aos Lojistas, manifestações de repúdio às matrizes, um apitaço, um buzinaço ou sei lá o quê. Aceito sugestões!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Na Ilha

Vasculhar
a nau
na paisagem
em vigília

Desdenhar
do instantâneo-gesto
e fixar
na memória
coordenadas
para voltar
um dia...

domingo, 21 de outubro de 2007

Verso 2º

As ruas
das cidades
possuem rumos
com a complexidade
das ruas
e rumores
humanos
para descobertas...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Introspecto


Não sou o leito de morte
nem o tempo de luto
em espiral

Não sou resquício
qualquer
desmentido póstumo

Sou assim
episódico
esporádico
intempestivo verbo:
declaração de silêncio...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

E os carros continuam sobre as calçadas...

Depois de uma pausa para umas merecidas escapadas pela Cidade, sem uma câmera nas mãos, pude constatar que as ruas estão ficando ... de uma forma estranha. Parece que os pedestres estão perdendo de goleada. A falta de educação, para dizer o mínimo, de proprietários de veículos, é a marca registrada na Ilha e arredores. Veículos estacionados nas calçadas, sobre as faixas de segurança, em locais proibidos, em fila dupla, trafegando sobre o calçadão da Felipe, Deodoro ou Trajano, e assim por diante. Fiscalização? Esqueça! Guarda Municipal? Esqueça! Fuçando as páginas da WEB e Blogs, pude constatar que não se trata de um problema localizado apenas nessas terras. É problema bem mais amplo, todavia, quem vive aqui sofre as consequências dessa "zona" - que não é Azul e tampouco Branca. Pois bem, nessas incursões pela rede mundial, descobri um vídeo genial (minha avaliação!!!) e elegi como Herói um cara chamado Michael Hartmann. Para os que se interessarem o link está dado:
http://video.google.com/videoplay?docid=7580935748097562505&pr=goog-sl
Embora o filme tenhas trechos em Inglês e seja "rodado" em Alemão, para bom entendedor...
Creio que podemos tirar algumas lições e, a partir do filme, começar a olhar com mais carinho aqueles espaços destinados aos Pedestres. Talvez um dia...
Também vale como uma boa dica olhar o Blog: http://apocalipsemotorizado.blogspot.com/ . Tem muita coisa interessante e é bem elaborado. Fiquei um pouco envergonhado com a minha tentativa de blogar !!! Foi no referido Blog que encontrei o link para acesso ao vídeo citado acima. Tenho que aprender algumas artes com o produtor daquele espaço.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Cada vez mais, moderna e...

A cidade acaba de ser equipada com mais um equipamento, supostamente desenhado para "solucionar" um gargalo no trânsito de veículos. Agora, num espaço de 400 metros, duas unidades com um mesmo fim. É um luxo e não é para qualquer lugar! Exemplos de como a engenharia de tráfego é pensada na Ilha e nos arrabaldes. O negócio é facilitar o movimento de veículos, especialmente para transporte particular. Basta atentar para o trânsito e as filas que se formam nos pontos de estrangulamento e veremos que os veículos raramente possuem passageiros. Apenas o motorista - parece regra. Um anúncio recente de uma montadora, vende vantagens do espaço interior de um modelo novo . A idéia é um tanto quanto estapafúrdia e definitivamente, soa ridículo. Como a atenção dispensada ao transporte público é quase nula- ficamos a mercê de "planejadores" de cidades estranhas e desumanas. A preocupação é com os carros. Ciclovias? Transporte de massa? Pura bobagem! Gestores competentes? Planejamento urbano? Tudo fora de questão. O negócio é pensar(!) em outras coisas: zonas azuis, brancas e outras cores. O negócio é pensar (!) em grandes estacionamentos, degradando áreas públicas ou aterros e outras pragas urbanas. Temos muito a aprender com as megametrópoles e seus problemas. Todavia, teimamos, aqui, em reproduzir, em escala perigosa, o que aquelas já experimentam de pior. Insensatez pura ou outro diagnóstico mais contundente? Degrada-se o ambiente com um modelo de gestão da cidade digna de saqueadores. Deseconomia de escala parece ser um conceito pouco ou nada pensado. Os custos sociais desses empreendimentos (elevados, aterros, megaestacionamentos, ...) não estão sendo avaliados co o devido rigor. Resta a pergunta: quem deveriam ser os agentes encarregados de atentar para esses fenômenos? Quem deveria fiscalizar os atos dos gestores públicos (!) e as consequências.

domingo, 9 de setembro de 2007

Cosmopolita cidade

Florianópolis tenta se enquadrar como uma cidade cosmopolita ou trata-se de um jogo de cena? Aquela idéia da "qualidade de vida" ainda reside no imaginário de alguns desavisados. O fato é que a Cidade teima em viver contradições - não é necessariamente uma situação incomum ou ruim. Sem querer traçar qualquer juízo de valor, ao sediar eventos de qualquer natureza, que exija o uso de espaço público, aflora o coro dos contrários. A idéia de ser cosmopolita envolve as condições de divergência, oposição e também tolerância. A multiplidade de situações que surgem e como elas são "administradas" é que se contitui em "chave" para tratar tais temas. No caso de Florianópolis, onde o conceito de Planejamento ainda não foi introjetado na mente dos "gestores públicos", tudo que ocorre nas ruas possui repercussões extremas. A Parada da Diversidade, do último dia 09 de setembro, é exemplar. Não deixa de ser também a Marcha de Jesus, as Procissões, a Festa de de Ano Novo, o Ironman, o aniversária da emissora de rádio, Planeta Atlântida e ... Tudo isso demanda, pelas características geográficas da cidade e de aspectos culturais da região, cuidados. Quando não providenciados, os efeitos contrários paracem sobressair àqueles que os eventos deveriam proporcionar. Eventos públicos, não confinados, exigem mudanças no trânsito. Quando isso ocorre na Ilha, a cidade para. As filas se espalham e espelham o despreparo. Talvez, num dia futuro, alguem acorde para planejar a cidade para as pessoas dela desfrutarem. Talvez a Cidade venha a organizar mais paradas, mais shows, mais feiras, mais tudo... Talvez se capacite para receber e dar condições para aqueles que a visitam lembrarem não apenas das praias - nos dias de sol. A cidade merece ser apreciada pelo que representa: uma lugar de convivência - para todas as tribos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

E se fossemos cadeirantes ou cegos?


Florianópolis, pouco a pouco (!), vai se tornando uma cidade desumana. Os exemplos são muitos. Trato neste post de uma situação que se reproduz de forma assustadora. Comum em grandes cidades, o uso do espaço público para interesses privados. Passeios e calçadas estão sendo tomados para a função nobre (!) de estacionamento de veículos. Excluindo aqueles em serviço de atendimento de emergências não há legislação que ampare uma prática que inferniza a vida de quem pretenda circular a pé pelas ruas da cidade. A foto que ilustra este texto é um exemplo de desrespeito (para minimizar). Não se trata de caso isolado, uma vez que circulando quase que diariamente pela área em que a imagem foi obtida, é fato corriqueiro. No caso, a esquina da Rua Altamiro Guimarães com Bocaiúva. É um local onde alguns Vips deixam seus bólidos para um pit stop na “Barbearia Vip” ou para outras atividades nas imediações. O inusitado desta prática é que ao estacionar nos locais próximos, regulamentados, existe a obrigação de pagamento da Zona Azul. Nada mais justo. Ao estacionar sobre a calçada, ninguém dá a mínima. Embora o Código de Trânsito estabeleça: “Estacionar veículo no passeio ou sobre a faixa de pedestres implica em multa e remoção do veículo, prevê a legislação. É considerada uma INFRAÇÃO GRAVE, implicando em 5 pontos na Carteira + multa ”. Aos infratores, no caso específico, absolutamente nada acontece. Todavia, não é só naquele espaço, mas em outros cantos da cidade (áreas centrais) em que o desrespeito é flagrante. Há uma espécie de complacência da Guarda Municipal e de outras instâncias de fiscalização. O “pessoal” circula pela cidade o DIA inteiro e não dá a mínima. A situação para cegos ou cadeirantes é terrível. Terão que andar no meio da rua e assumir os riscos de atropelamento. Outra consideração sobre esta prática: alguns engraçadinhos chegam a demarcar espaço nas calçadas para “organizar os estacionamentos”, com placas e outros artifícios. Uma passadinha pela Avenida Othon Gama D´Eça e é possível conferir tal prática. Nessas horas fica a indagação: IPUF, SUSP, Estatuto da Cidade, Código de Posturas, Código de Obras e Edificações, fiscais e outros, para que servem?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Feira livre









As feiras livres representam marcos na vida das cidades. A origem delas remonta a Idade Média, dizem alguns estudiosos. Outros já se referem a elas a partir de textos bíblicos. A expulsão dos vendilhões do templo parece ser um indício. Nos tempos atuais, um passeio pelos locais em que as feiras ocorrem é um prazer. Algumas pessoas podem até achar isso hilário. Todavia há muito que apreciar: cores; sabores (sempre dá para degustar algum produto); aromas e, especialmente as pessoas que ali circulam e trabalham. Para aqueles que procuram as comidinhas há de tudo um pouco. Para os que buscam outros produtos, lá estão flores, mudas de plantas, melado, farinha, ... Para os que, curiosos com o movimento, possuem interesses outros, o lugar é bastante simpático. É possível conversar com feirantes , ver e saber como trabalham e vivem. É uma experiência urbana com pessoas que, na maioria dos casos, provém do campo. Este tipo de interação é gratificante pois, frequentemente, não nos damos conta do distanciamento nós e os Outros. Isso desqualifica nossa condição humana. Quando nos deparamos com uma barraca ricamente organizada, percebemos que há um trabalho bem-feito, elaborado e articulado com determinados fins. Além dos interesses comerciais, há aspectos estéticos para apreendermos. Dessas feiras ainda podemos depreender que houve um tempo em que as redes entre homens e mulheres (as comunidades) era uma disposição natural nos ambientes. O conceito que temos de rede atualmente em nada lembra aquela conotação. Nos dispomos isolados, ou em tribos, atrás de computadores e pensamos as interações possíveis. Este Blog pode servir de exemplo. Poderia estar conversando entre as barracas de uma feira livre e desfrutando, efetivamente, de uma trama – humana.

domingo, 12 de agosto de 2007

Pelas ruas de outros lugares...


Depois de conhecer alguns cantinhos diferentes, fico imaginando um lugar na Ilha para sentar e ficar a vontade. Ler e escrever, conversar com os amigos e ver o movimento das ruas. A foto que ilustra este post (Nice, França) dá uma dimensão do que poderia estar acontecendo no centro da cidade de Florianópolis. Como isso poderia surgir? Certamente com algum tipo de incentivo àqueles que se propuserem a empreender. O que assistimos diariamente, ao contrário, é a transformação do centro histórico em terra de ninguém. Casas Bahia, Ponto Frio, Ótica Diniz, Magazine Luiza, farmácias, lojas de cosméticos, etc., todas com suas caixas de som nas portas e barulho - muito barulho - para incomodar o mais simples dos mortais e quem pretenda "flanar". É hora de começarmos a dar um basta nesse tipo de incomodação. Está na hora de estimular o surgimento de ambientes para "vadiar" com estilo.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

E daí?



Já tirou um tempinho para dar umas "voltas" pelas ruas da cidade e olhar vitrines? Quais sensações afloram quando você passa diante delas? Sai pensando? Calculando? Procurando a próxima?
A foto ao lado não foi obtida no Red District de Amsterdam. Trata-se de cena urbana na Ilha de Santa Catarina e serviu para instigar este escriba e outros fotógrafos conhecidos. Serviu também para esta postagem e instigar os visitantes a dar contribuições.

Para começo de conversa!

Para começo de conversa é bom salientar que este é o primiro post e, por isso mesmo, sujeito a algumas restrições na sua forma e construção. O começo de conversa poderia ser sobre o tempo (já rendeu um belo filme, japonês), mas isso eu deixo para o táxi ou a barbearia. Poderia ser também sobre um tema do momento, mas não seria atual e instigante o suficiente quando a liquidez é característica desses dias. Parece que o ponto de partida poderia render mais que simples linhas. Nada tão fascinante quanto querer abraçar o mundo e suas manhas (ou manhãs?). Ocorre que passeando pela rede e lendo tantos blogs, pude constatar que espaços para amenidades ainda estão em desvantagem. Isso reproduz o que está ocorrendo com as cidades? Estão faltando mesas de Café, espaços para amigos e passantes que, momentaneamente, dão o ar da graça e desaparecem pelas ruas. O Blog AquiEArrabaldes é para se transformar numa dessas mesas, um espaço para que "Outros" tomem assento e possam por a "conversa em dia". Aqui não há desculpas pelo tempo "ruim", o calor ou o que mais se transforme em queixa para não dar uma paradinha. Pretensão? Talvez. Eu mesmo terei que me desdobrar para segurar a onda!