quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Um pouquinho mais ao Sul

Um pouquinho mais ao Sul, na Ilha, há o Pântano do Sul. Entre as atrações para paladares diversos, há coisas para os olhares...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

"Everybody Knows"

Já fiz comentários acerca das vantagens que algumas tecnologias representam para nós mortais. Especialmente para aqueles que apreciam música e teimam em levar um "pacote" no bolso, os aparelhinhos de MP3 são o "must". Dia desses, voltando para casa numa sauna móvel (transporte público no verão Ilhéu é assim mesmo!), reparei que, perto do assento em que estava, havia meia dúzia de pessoas com os fones nos ouvidos. Cada qual com seu estilo, fiquei imaginando as músicas. Eu também estava "plugado". Ouvia minha seleção quando fui abraçado pela música de Leonard Cohen. Rolou "Everybody Knows". Como a letra é bastante apropriada para pensar algumas coisas dos tempos atuais, transcrevo-a para este espaço.

"Everybody Knows"

Everybody knows that the dice are loaded
Everybody rolls with their fingers crossed
Everybody knows that the war is over
Everybody knows the good guys lost
Everybody knows the fight was fixed
The poor stay poor, the rich get rich
That's how it goes
Everybody knows
Everybody knows that the boat is leaking
Everybody knows that the captain lied
Everybody got this broken feeling
Like their father or their dog just died

Everybody talking to their pockets
Everybody wants a box of chocolates
And a long stem rose
Everybody knows

Everybody knows that you love me baby
Everybody knows that you really do
Everybody knows that you've been faithful
Ah give or take a night or two
Everybody knows you've been discreet
But there were so many people you just had to meet
Without your clothes
And everybody knows

Everybody knows, everybody knows
That's how it goes
Everybody knows

Everybody knows, everybody knows
That's how it goes
Everybody knows

And everybody knows that it's now or never
Everybody knows that it's me or you
And everybody knows that you live forever
Ah when you've done a line or two
Everybody knows the deal is rotten
Old Black Joe's still pickin' cotton
For your ribbons and bows
And everybody knows

And everybody knows that the Plague is coming
Everybody knows that it's moving fast
Everybody knows that the naked man and woman
Are just a shining artifact of the past
Everybody knows the scene is dead
But there's gonna be a meter on your bed
That will disclose
What everybody knows

And everybody knows that you're in trouble
Everybody knows what you've been through
From the bloody cross on top of Calvary
To the beach of Malibu
Everybody knows it's coming apart
Take one last look at this Sacred Heart
Before it blows
And everybody knows

Everybody knows, everybody knows
That's how it goes
Everybody knows

Oh everybody knows, everybody knows
That's how it goes
Everybody knows

Everybody knows

Café completo...


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Num dia de 30ºC...

Depois de andar pela cidade, desfrutar de um bom Café e fazer outras artes, retornei para casa. Como uso transporte coletivo, resolvi, por comodidade, esperar por ônibus que me deixasse o mais próximo possível de meu destino. Quase uma hora de espera, posto que, horário para quem aguarda nos itinerários é sempre uma surpresa. Surge o "bonde", subo, pago, escolho um assento e ... martírio. Sistema de ar condicionado desativado. Não há explicações em lugar algum. Dá para imaginar a razão: $ de economia. Todavia, quando incorporados às frotas, os equipamentos foram inseridos no cálculo tarifário. Entretanto... Sorte a minha pois o trajeto não era longo (+ ou - uns 5 km). Sinceramente, na metade do trecho fiquei com vontade de descer e seguir o resto da jornada com meus pés. O inferno foi transformando-se em cada parada. Lotado, com aquele calor, com aquele suor, com aquele humor das pessoas... Desafio os responsáveis pelo sistema a saírem de suas caixas climatizadas para verificar, na prática, a "merda" que andam administrando. Pagarei as passagens!

Reflexão...



Continuo "flanando" pelo centro da Cidade. Vou guardando numa memória alguns lugares e situações do cotidiano. O calor excessivo requer cuidados. Uma paradinha no Mercado serve para "hidratar"o corpo e a mente...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Pela Cidade...e cercanias

Andar pelo Centro de Florianópolis pode ser uma experiência curiosa, com extremos. Há um movimento de pessoas pelas ruas do comércio, cujas características são peculiares a esses espaços públicos: um pouco caótico, um pouco organizado; barulho intenso e áreas calmas (alguns Cafés fechados e climatizados); enfim...
Noutra ponta, pode-se "viajar" com outros movimentos, por vezes caóticos... Todos possuem suas graças e pontos de interesses diversos. Ter tempo para apreendê-los é arte. Alguém disse, nem lembro onde, que viver é uma arte. Saber entrar e sair desse emaranhado que é o cotidiano das cidades, suponho, segredo genuíno e particular.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Lévinas

Lendo uns trabalhos acerca da filosofia de Emmanuel Lévinas, encontrei algumas abordagens sobre a interação com Outrem. Especialmente no que se refere a linguagem: "Falar é arriscar uma aproximação de outrem, é tentar `enredar uma intriga´ com ele. (...) a linguagem não é uma expressão do pensamento, mas a condição de uma tentativa de comunicação. Falar não é simplesmente dizer qualquer coisa, é sim expor-se a outrem".
Essas considerações estão contidas no livro de François Poirié "Emmanuel Lévinas: Ensaios e Entrevistas", publicado pela editora Perspectiva. Tenho me aprofundado em Lévinas uma vez que se trata de um inspirador do trabalho de Z. Bauman. Em Bauman, por sua vez, encontrei as bases para elaboração de minha tese de doutorado.
A razão de inserir os parágrafos anteriores, justifico, deve-se a uma reflexão, a partir das leituras, sobre o processo interativo no "blogsfera". Que tipo de aproximação de outrem podemos fazer enquanto anônimos? Há efetivamente condição para expressar pensamentos sem termos o Outro na proximidade (não apenas em termos geográficos)? Até que ponto estamos nos expondo? Como o Outro irá nos apreender?

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O Direito À Preguiça (2)


Inspirado em Lafargue ando exercitando meus dotes de preguiçoso. Nada de praia porque isso é coisa para turistas - nessas épocas. Tenho aproveitado para andar pela cidade e desfrutar dos Cafés. Maravilha!!!

domingo, 6 de janeiro de 2008

O Direito à Preguiça

"O Direito à Preguiça" é um desses livros que faz a tarde de domingo passar deliciosamente. Publicado no Brasil pela Editora Claridade em 2003, o texto de Paul Lafargue (16 de junho de 1842 – 26 de novembro de 1911) é uma verdadeira "pedra na vidraça". Ele a mulher, num pacto, cometeram suícidio não dando vez as armadilhas da velhice.
Lafargue, ao tecer criticas à religião capitalista, com base nas experiências do final do século XIX, argumenta que o trabalhador é, em suma, um traidor. A leitura de "O Direito à Preguiça", nesses dias em que o capital financeiro faz o que quer onde bem aprouver, com tirania, dá o que pensar. Além do mais, como as relações do mundo do trabalho continuam, preponderantemente, desequilibradas e frágeis, o texto é contundente. Hoje em dia, apenas as circunstâcias são distintas.
O autor aponta que o processo de escravidão a que se submetia o trabalhador derivava de uma série de fatores e em especial a alguns "pregadores" da moral capitalista: economistas, padres e outros moralistas. Hoje existem os comentaristas econômicos - uma classe ideologicamente engajada no pensamento das Federações das Indústrias ou nas declarações da velha UDN. Tais comentaristas, sistematicamente, me provocam gargalhadas. Usam argumentos originados em Mitologias e, convenhamos, falam e escrevem para um público bem específico.
Richard Sennet, em a "Corrosão do Caráter" e "A Cultura do Novo Capitalismo" corrobora, em determinados pontos, com os diagnósticos de Lafargue realizados no século XIX. As jornadas de 12 a 15 horas citadas também são verificadas nos dias atuais. A diferença ocorre com as tecnologias disponíveis para maior produtividade. Lembro que, em viagem recente pelo Nordeste, enquanto rumava para o Hotel a guia da empresa responsável pelo traslado recebeu uma ligação no celular. Depois de atender, nos fez a seguinte indagação: "como é que a gente fazia antes do celular"? Nenhuma resposta, porém...
Como não pretendo fazer uma resenha do livro (93 páginas, edição bilíngue), deixo-o como sugestão de leitura. Talvez volte a tratar do tema um dia desses!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Os dias passam...

Ano novo e todo o clima que se forma em torno da data - 1 de Janeiro - é fenômeno curioso. Ritos se multiplicam, em função de Mitos e outras crenças. Algumas situações, entretanto, merecem um olhar mais atento: a tensão nas ruas, o trânsito de veículos, álcool em excesso, aumento da criminalidade, etc.. O que efetivamente acontece com as pessoas para, nessas ocasiões, adotarem outras máscaras e desempenharem papéis outros?

Mancur Olson, num livro denominado "A lógica da ação coletiva", aponta para ações coletivas que não seguem a lógica do comportamento individual. Anselm Strauss, por outro lado, trabalha com o conceito de identidade dinâmica no seu livro "Espelho e máscaras".

As questões que surgem, a partir dos estudos citados: (1) qual a identidade que assumimos nesses festejos e (2) qual a implicação desses nossos papéis para os Outros? Temas para pensar e escrever mais - depois!