quinta-feira, 24 de julho de 2008

Hot Music

A cidade perdeu um espaço precioso dia desses. Nem vou especificar a data, pois não é para ser lembrada. Trata-se de um estabelecimento comercial. Era um local para passar seguidamente e “bater um papo” rápido ou sem pressa; saber das novidades; garimpar alguma coisa.

Falo da HOT Music. Passava por lá diariamente ou quase. Era praxe após o almoço. Lá estava o Marcelo escondido atrás do balcão ou plugado num dos aparelhos curtindo algum disquinho. Talvez Blues, talvez Jazz. Noutros horários a conversa era outra: rock e rock! Aí a turma era outra: Fábio ou Gean* (*creio que estou escrevendo de forma correta) tomando conta do espaço.

Qual a razão da perda? O lugar guardava algum atrativo além da música? Obviamente, respondo. Havia tempo para conversas, encontros com amigos, colegas e apreciadores de música. Algo mais? Nem precisava.

Boa parte do acervo que disponho teve origem naquele lugar. Agora mesmo, enquanto teclo, “rola” uma musiquinha que veio daquele estabelecimento (Cowboy Junkies). A trilha sonora faz parte dos nossos dias, suponho.

Qual a razão do fechamento da loja? Bom, há uma coisa chamada mercado que não perdoa. As novas tecnologias e mídias, a possibilidade de aquisição de música “no varejo”, os sites de partilhamento, etc. e tal. Alguns “malucos” ainda teimam em adquirir um disco com uma dezena de músicas, ficha técnica, encarte com letras, fotografias, etc. e tal. Eu escrevi “alguns”. A maioria, com aqueles aparelhinhos que armazenam 10.000 músicas, com os cordões branquinhos espetados nos ouvidos, não passam sequer pela frente das lojas. Logo, ... quem pode agüentar?

O pessoal da HOT, creio, lutou até onde foi possível. Lamentalvelmente ficamos órfãos de um porto em que podíamos conversar sobre música com pessoas que gostavam de música. Isso não é pouco nessa Ilha.

Sucesso para aquela moçada!

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