segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Cada vez mais, moderna e...

A cidade acaba de ser equipada com mais um equipamento, supostamente desenhado para "solucionar" um gargalo no trânsito de veículos. Agora, num espaço de 400 metros, duas unidades com um mesmo fim. É um luxo e não é para qualquer lugar! Exemplos de como a engenharia de tráfego é pensada na Ilha e nos arrabaldes. O negócio é facilitar o movimento de veículos, especialmente para transporte particular. Basta atentar para o trânsito e as filas que se formam nos pontos de estrangulamento e veremos que os veículos raramente possuem passageiros. Apenas o motorista - parece regra. Um anúncio recente de uma montadora, vende vantagens do espaço interior de um modelo novo . A idéia é um tanto quanto estapafúrdia e definitivamente, soa ridículo. Como a atenção dispensada ao transporte público é quase nula- ficamos a mercê de "planejadores" de cidades estranhas e desumanas. A preocupação é com os carros. Ciclovias? Transporte de massa? Pura bobagem! Gestores competentes? Planejamento urbano? Tudo fora de questão. O negócio é pensar(!) em outras coisas: zonas azuis, brancas e outras cores. O negócio é pensar (!) em grandes estacionamentos, degradando áreas públicas ou aterros e outras pragas urbanas. Temos muito a aprender com as megametrópoles e seus problemas. Todavia, teimamos, aqui, em reproduzir, em escala perigosa, o que aquelas já experimentam de pior. Insensatez pura ou outro diagnóstico mais contundente? Degrada-se o ambiente com um modelo de gestão da cidade digna de saqueadores. Deseconomia de escala parece ser um conceito pouco ou nada pensado. Os custos sociais desses empreendimentos (elevados, aterros, megaestacionamentos, ...) não estão sendo avaliados co o devido rigor. Resta a pergunta: quem deveriam ser os agentes encarregados de atentar para esses fenômenos? Quem deveria fiscalizar os atos dos gestores públicos (!) e as consequências.

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