terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Caindo fora... ou bye, bye USA

Leio na FSP (http://www.uol.com.br/) e no The New York Times (http://www.nytimes.com/2007/12/04/nyregion/04brazilians.html?_r=1&oref=slogin), em suas edições eletrônicas (04/12/2007) que milhares de brasileiros estão abandonando o "American Dream". Uma das razões apontadas é a incerteza com os rumos da economia americana. Os problemas recentes com o setor imobiliário pôs sob KO toda a sorte de investidores, nativos ou estrangeiros.

Talvez a mais curiosa situação apontada pelos brasileiros ilegais se refere a expiração da validade das carteiras de motorista. As regras mais complicadas impostas para os estrangeiros para a revalidação transformou-se num motivo para sair do país. Ser parado numa barreira policial e ter constatada a ilegalidade da presença naquelas terras pode significar uma tragédia. Especialmente na região de Miami a situação torna-se mais complicada, conforme testemunhos: não existe transporte público. A outra região predileta dos brazucas é Boston. Lá a coisa é um pouquinho diferente, todavia não menos problemática.

É claro que nisso tudo há uma simplificação dos problemas com os "estrangeiros". Um livro de Zygmunt Bauman, intitulado "Identidade", traz insights para pensarmos sobre a situação daqueles que vivem noutras terras. Ele aponta que as comunidades são promotoras de identidades. Dessa forma viver noutros lugares pode tornar-se uma situação conflituosa, quer estejamos em situação legal ou não. O sonho americano pode ser pensado, portanto, em sonho de pertencer a comunidade americana . Assim quando não nos sentimos pertencentes a comunidade, os laços tornam-se frouxos. Como explica Bauman, "tornamo-nos conscientes de que o `pertencimento´ e a `identidade´ não têm a solidez de uma rocha, não são garantidos para toda a vida, são bastante negociáveis e revogáveis, e de que as decisões que o próprio indivíduo toma, os caminhos que percorre, a maneira como age - e a determinação de se manter firme a tudo isso - são fatores cruciais tanto para o `pertencimento´quanto para a `identidade´. Voltar para a casa, mesmo em condições materialmente desvantajosas pode signicar bem mais: significa abandonar uma condição de "fragilidade" e permanente estado de provisoriedade.

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