domingo, 23 de dezembro de 2007

Jazz na Ilha


Para deleite de quem aprecia música "de primeira" (o sentido pode ser tomado como provocador e preconceituoso - tudo bem!) é bom lembrar que em Florianópolis há o que ouvir. Não se trata de buscar coisas nos parcos acervos das lojas de disco. Mesmo porque, tirando a Hot do BeiraMar e a Sintonia da Lagoa, onde pode-se trocar idéias sobre Jazz e outros genêros, só mesmo bancando o Sherlock.

No último dia 15, entretanto, uma apresentação do Quarteto Nota Jazz, mostrou que a Ilha pode oferecer boas surpresas nesses tempos estranhos. Manhã de sábado, sol de levar todos para uma farofa nas praias, eis que, nós mortais que sentamos religiosamente para aquele café no Bob´s da Trajano, ganhamos um presente antecipado. Eu pensei: ué, faltam 10 dias para o 25!!!

Quatro caras corajosos, com aquela temperatura beirando os 30 Celsius, 11 horas da manhã, despacharam lá de cima do Cruz e Sousa, um repertório supimpa. Tocaram coisas absolutamente deliciosas e com esmero durante uns 40 minutos para ouvidos poucos (uma lástima). Alguns que passavam na região, surpresos, procuraram a melhor sombra e ... ficaram com aquela cara de...satisfação pura.

O show não foi aquela maravilha para os presentes por alguns motivos - nada em relação a performance da rapaziada. Há naquela área umas Lojas, especialmente Ponto Frio, Casas Bahia e Magazine Luiza, que teimam em sabotar o prazer dos ouvintes dos espetáculos no Palácio, além do trabalho dos músicos. Aliás, infernizam diariamente a vida de todos que sentam para conversar nas mesas da do Bob´s . Com o volume elevado de aparelhos de som é Ivete, Chiclete, Asa sei lá do quê, Armandinho, Zeca Pagodinho e por aí segue... Não existe compaixão; tortura é a especialidade!
Não adianta solicitar, espernear, reclamar, clamar por compreensão. Nada funciona. A reação dos caras é puro deboche. Alguns ainda usam os microfones para anúncios dos produtos existentes. Como a concorrência entre as Lojas é acirrada, quem berrar mais alto... Fiscalização da prefeitura? Sábado? Durante a semana não aparece ninguém, logo... Caso para o Ministério Público. Caso de polícia!!!
Quanto ao Quarteto, que é o que interessa, fico imaginado aquele repertório, naquele mesmo local, finalzinho de tarde... Vai parar o trânsito dos apressadinhos e a fábrica de desculpas para chegar tarde em casa ganhará um aditivo: "Nem te conto, perdi o bonde porque parei para escutar Jazz na rua. Uns caras excelentes. Tocam de tudo. Até música de Hermeto. Ouvi comentários que esse é bruxo. As músicas que eles tocam possui alguma magia. Talvez combine com a Ilha. Talvez eu chegue tarde outro dia!!!".

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